As orquídeas têm mãos que são da Vera,
têm halo e resplendor quando é preciso;
brotam do zelo em forma de sorriso,
o tempo é delas como a primavera.
Parecem vir de um sonho ou de outra esfera,
são várias com frequência; e sem aviso
fazem da cor a luz do paraíso
criando em torno a própria atmosfera.
São raras estas flores, como são
notáveis no orquidário desta dama
onde cantam silêncios de oração.
Benditos jarros, pálpebras de orvalho,
mundo verde que traz-lhe glória e fama,
sempre à custa de amor e de trabalho.
Jorge Tufic
Jorge Tufic é natural de Sena Madureira no Acre, nascido em 13 de agosto de 1930 e autor da letra do Hino do Amazonas, contemplado com o primeiro lugar em concurso nacional promovido pelo governo daquele estado. Foi em Manáus que o grande poeta iniciou e concluiu seus estudos.
Algumas de suas Obra Literária: Poesia: Varanda de pássaros, 1956; Pequena antologia madrugada, 1958; Chão sem mácula, 1966; Faturação do ócio, 1974; Cordelim de alfarrábios, 1979; Os mitos da criação e outros poemas, 1980; Sagapanema, 1981; Oficina de textos, 1982; Poesia reunida, 1987; Retrato da mãe, 1995; Boléka, a onça invisível do universo, 1995. Conto: O outro lado do rio das lágrimas, 1976. Ensaio: Existe uma literatura amazonense, 1982; Roteiro da literatura amazonense, 1983. Crônica: Tio José, 1976. Memória: A casa do tempo, 1987.
Jorge Tufic e Izabel entre Cattleya labiata