sexta-feira, 27 de março de 2009

Denphal





Denphal (híbrido)Muita gente pensa que Denphal é um híbrido entre Dendrobium e Phalaenopsis. Isso não é verdade. Essa hibridação é impossível. Denphal são híbridos entre algumas espécies de Dendrobium, notadamente os Dendrobium do grupo, ou seção, Phalaenanthe, os quais possuem flores com pétalas largas, muito parecidas com as flores dos Phalaenopsis, daí o nome. Phalaenopsis em latim significa: parecido com uma borboleta. Os dendrobium desse grupo são nativos da Austrália e Nova Guiné. O Dendrobium phalaenopsis é nativo do nordeste da Austrália e ocorre numa área restrita da parte leste de Cape York, próximo à cidade de Cooktown. Essa espécie é a mais característica do grupo e foi ela a usada inicialmente nas hibridações com espécies afins. Com pseudobulbos de até 1.20m de altura e flores com cerca de 7cm de diâmetro, essa é a mais bela espécie da seção Phalaenanthe. As suas flores são muito parecidas com essas das fotos, só que maiores. Hoje o Dendrobium phalaenopsis (1891) não é mais uma espécie à parte e passou a ser uma subespécie do Dendrobium bigibbum. Seu nome ficou sendo então Dendrobium bigibbum phalaenopsis. Eu acho que essa mudança foi acertada, pois as flores dessas duas subespécies são quase idênticas, só variando no tamanho e na cor do labelo. A forma tipo, Dendrobium bigibbum bigibbum (1852), também possui pseudobulbos longos, podendo chegar a 1 metro de altura. Grandes cachos com lindas flores roxas de 5cm de diâmetro saem do topo desses pseudobulbos e caem em cascata ao redor da planta. A característica que diferencia as flores dessa subespécie com as da subespécie phalaenopsis é um ponto branco em forma de triângulo no centro do labelo, abaixo da ponta da coluna. Essa espécie é nativa do nordeste da Austrália, ocorrendo no lado oeste de Cape York. O Dendrobium bigibbum compactum é uma subespécie descoberta em 1941 em rochas expostas ao sol no leste de Cape York entre as cidades de Laura e Cairns. Acredita-se que seja o resultado da evolução da subespécie phalaenopsis em condições mais áridas. Ele só difere da subespécie phalaenopsis por ter pseudobulbos mais baixos, com até 25cm e flores menores. Essa subespécie é muito usada em hibridações, pois reduz o tamanho das plantas. Inicialmente só se fazia hibridações dentro do grupo Phalaenanthe, mas depois, novas e diferentes espécies foram introduzidas nesses híbridos, dando muita variação na forma e na cor das flores. O Dendrobium undulatum, por exemplo, possui flores muito parecidas com as da Schomburgkia crispa e dele saíram os híbridos com segmentos espiralados. O Dendrobium stratioides por sua vez, possui as sépalas inferiores compridas, voltadas para cima e espiraladas como chifres de antílope e o Dendrobium tokai trouxe a cor verde e a amarela para os híbridos. Hoje em dia a variação dos Denphal é enorme, tanto na coloração quanto na forma. O exemplar da foto é um híbrido entre Dendrobium bigibbum compactum e Dendrobium dicuphum. As suas flores são tão parecidas com as do Dendrobium bigibbum, que em alguns casos este híbrido já foi vendido como sendo a espécie. Esse tipo de dendrobium vegeta tanto como epífita, quanto como rupícola, em áreas litorâneas entre zero e 400m acima do nível do mar. O habitat é composto por vegetação seca, muito semelhante à nossa vegetação de restinga e o clima também é semelhante, sendo quente e seco de dia e frio e úmido à noite. A região é de muita luz. Isso nos dá uma boa pista de como ele deve ser cultivado. Se você cultiva Cattleya walkeriana ou Cattleya nobilior, é junto delas que você deve pendurar o seu Denphal. O vaso deve ser pequeno, de preferência apertado para o tamanho da planta e o substrato tanto pode ser o sphagnum (vasos bem pequenos) ou algum substrato de drenagem rápida (vasos plásticos ou de tamanho regular). Por ser uma planta de crescimento rápido, a adubação deve ser semanal e assim que a formação dos pseudobulbos esteja completa, deve-se usar um adubo com baixo nitrogênio, senão ao invés de flores vocês terão keikis. As variedades de pseudobulbos altos devem ter os mesmos tutorados, senão eles se dobram e podem se partir. A rega deve ser mais intensa na época de desenvolvimento dos pseudobulbos e os que estiverem sem folhas devem ser mantidos, pois deles flores também sairão, além do que eles são uma reserva de nutrientes para a planta. Cada pseudobulbo, em plantas bem cultivadas, pode chegar a dar cerca de 5 hastes florais com até 20 flores cada e essa floração pode se repetir por mais alguns anos no mesmo pseudobulbo. Alguns exemplares chegam a ficar floridos por até 3 meses seguidos. Como vocês podem ver, não existe orquídea mais grata que os Denphal e não é à toa que eles são tão populares. Carlos. Carlos KellerRio de Janeiro - RJmailto:RJcarlosgkeller@terra.com.br__._,_.___







Dendrobium digibbum compactum














Dendrobium digibbum digibbum






Dendrobium digibbum phalaenopsis

sábado, 21 de março de 2009

Dr. Pedro Ivo e a Cattleya eldorado Linden













19 de março, dia de São José, padroeiro do estado do Ceará. Um dia para se comemorar as chuvas que abençoam nossas terras. Foi exatamente neste dia que o Orquidário Terra da Luz recebeu a ilustre visita do Orquidófilo e Orquidólogo Dr. Pedro Ivo Soares Braga, pessoa com raras qualidades, extremamente culto e simples. Conversamos sobre seus trabalhos e projetos enquanto entre um gole e outro de cajuina, bebida típica do Nordeste. A entrevista que fiz com ele será publicada no site: http://www.orquidofilos.com/ da Associação Cearense de Orquidófilos.


Possui graduação em História Natural pela Universidade Santa Úrsula (1973), Mestrado em Ciências Biológicas (Botânica) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (1976) e Doutorado em Ciências Biológicas (Botânica) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (1982). Atualmente é professor Titular - Universidade Federal do Amazonas. Tem experiência na área de Botânica, com ênfase em Taxonomia - especialista na Família Orchidaceae, Biologia Floral, Fitogeografia - Fitossociologia, Conservação Ambiental, Estudos de Impactos Ambientais, Recuperação de áreas degradadas.


Publicarei aqui algumas informações sobre a Cattleya eldorado Linden a Rainha das Orquídeas do Amazonas, com certeza a mais bela e radiante.

Nomenclatura do gênero:

C. eldorado Linden, Coll. Bot. : t. 33. 1821.
Erva epifítica a saxícola ou pseudoterrestre. Pseudobulbos oblongos, carnosos. uni ou bifoliados, folhas dispostas no ápice dos pseudobulbos. Inflorescência terminal, simples, ereta, pauciflora. Sépalas livres, subiguais. Pétalas geralmente maiores do que as sépalas, raramente iguais. Labelo geralmente membranáceo, séssil, livre ou adnato a base da coluna, trilobado, lobos laterais geralmente envolvendo a coluna. Coluna grande. Políneas quatro, ceróides, caudículo evidente.
Nomenclatura de Cattleya eldorado Linden
Cattleya eldorado Linden, Fl. des Serres, 28 (13): tab.1826. 1869.
Sinônimos:
Cattleya trichopiliochila Barb. Rodr. Gen. et Sp. Orch. Nov. 1: 70, 1877
Cattleya wallisii Reichb. f.,Gard. Chron. 17: 557. 1882.
BRAEM (1986), sinonimizou a Cattleya eldorado Linden e suas variedades a Cattleya trichopiliochila Barb. Rodr., entretanto considero, a primeira espécie, com suas respectivas variedades válidas; LACERDA (1991), propôs uma classificação das variedades da Cattleya eldorado baseado na coloração dessas. Em 2001, Van Den Berg sinonimizou a Cattleya eldorado Linden a C. wallisii (Linden) Linden ex Rchb.f., Gard. Chron. 17: 557. 1882. Entretanto como já mencionei anteriormente em outras entrevistas e trabalhos continuo considerando a primeira espécie como válida, pois de acordo com o Código Internacional de Nomenclatura (ICBN, Greuter et. al., 2000), essa foi publicada validamente.

No Brasil, esta variedade está citada para os Estados do AM e PA, no entanto, só examinei material de herbário ou encontrei-a em condições naturais, no Estado do Amazonas na Província Fitogeográfica IVb. Na Amazônia brasileira geralmente é encontrada nas Campinas e raramente nas Florestas de Terra firme. Como limite de distribuição, encontrei-a em Barcelos e na estrada Manaus Porto-Velho no rio Igapó Açú.

HABITAT:
Epifítica principalmente em Aldina heterophylla Spr. Ex Benth. (Fabaceae =Leguminosae Papilionoideae), uma árvore forófita (que abriga muitas epífitas), na Campina aberta, sombreada e na Campina alta (=Campinarana), umbrófila a heliófila.

FENOLOGIA:
A planta é perene e sempre verde. Nos meses de setembro e outubro ocorre o crescimento vegetativo. A seguir dá-se desenvolvimento da haste floral para nos meses de dezembro a fevereiro florescer. Às vezes, podemos encontrar até em abril plantas floridas, mas isso é muito raro. A frutificação começa em dezembro e vai até começo de outubro. Em julho começa a deiscência dos primeiros frutos e os mais retardados terminam a frutificação em outubro. As outras variedades que ocorrem no Igapó ou próximo a este florescem em agosto-outubro. Geralmente são encontradas no forófito denominado popularmente de "macucú", Aldina heterophylla Spr. Ex Benth. (Fabaceae =Leguminosae Papilionoideae).
As plantas de C. eldorado que ocorrem no igapó geralmente são robustas e possuem flores maiores daquelas que ocorrem na vegetação de Campina na Terra Firme. Pode ser que as mesmas constituam duas subespécies distintas.

DESCRIÇÃO DAS VARIEDADES:
Considero 9 variedades como válidas e uma de posição incerta, aqui não ilustrada, como se segue:





Cattleya eldorado Linden - tipo







Cattleya eldorado var. treyeranae Linden - CONCOLOR.










Cattleya eldorado var. splendens Linden - ESPLÊNDIDA.







Cattleya eldorado var. ornata Reichb. f. - ORLADA.








Cattleya eldorado var. crocata Rand. - AQUINADA.




Cattleya eldorado var. lindeni Linden - AQUINADA.


Cattleya eldorado var. oweni Hort. - SEMIALBA.









Cattleya eldorado var. alba Rand. - ALBA.








Cattleya eldorado var. virginalis Linden et André - ALBA








Considerações Finais
A espécie em questão é muito variável e pode-se notar uma diferença marcante nos indivíduos que ocorrem no Igapó ou Campinas próximas das margens dos rios, em relação aqueles que ocorrem em Campinas da Terra-Firme. Os primeiros possuem plantas mais robustas e flores maiores do que as dos últimos.
É importante citar que na época do descobrimento da espécie e suas variedades a Terra-Firme ainda não tinha sido desbravada por estradas, o que a tornava de difícil acesso.
Na Lindenia, inclusive é citado, que as primeiras plantas que floriram provieram das margens do rio Negro e na Martii Flora Brasiliensis, do rio Negro e Urubu. O período da floração dessas plantas também são diferentes No Igapó florescem de agosto a outubro e na Campina florescem geralmente de dezembro a fevereiro. Atualmente nas proximidades de Manaus as Campinas foram destruídas e as Campinas que visitei estavam em Terra-Firme a cerca de 60 a 90 km do perímetro da cidade. Pode ser este o mistério do porque daquelas variedades citadas na referida obra só terem sido reencontradas recentemente. Dito isso, penso que temos dois ecótipos que estão em processo de diferenciação ou mesmo podendo ser considerados como vicariantes de duas subespécies, entretanto, ambas populações possuem o mesmo perfume forte característico. Em relação ao formato das flores também é muito variável e a maioria das flores não mostram boa armação. Quanto a coloração variam do rosa-claro ao rosa-escuro ou de flores brancas. Todas as Cattleya eldorado possuem o labelo com a fauce maculada de laranja. De modo geral, é possível encontrar formas intermediárias entre as variedades o que sugere a hibridação dessas em condições naturais. Como sabemos, a flora das Campinas Amazônicas foi em grande parte derivada do Escudo das Guianas. Por outro lado, com a retração da Floresta de Terra-Firme no Pleistoceno, a ligação entre os tipos não florestais foi ampliada. No Quaternário a Floresta tornou-se a expandir propiciando extensa diferenciação e isolamento relativo entre as tipologias vegetacionais, pois o isolamento não é total como em ilhas oceânicas. Em Roraima, na fronteira do Brasil com a Venezuela, na serra de Pacaraima, a cerca de 900 km de Manaus entre cerca de 800-1200 m. s. m. ocorrem duas outras espécies do mesmo grupo da C. eldorado, o grupo das Cattleya labiata Lindley, com os pseudobulbos unifoliados. A primeira, Cattleya jenmanii Rolfe, apresenta coloração roxa com o centro do labelo maculado de amarelo-alaranjado a semelhança da C. eldorado. A segunda, Cattleya lawrenceana Rchb. f. têm flores roxas e as pétalas maculadas no ápice, como algumas das variedades da C. eldorado. que tratamos nesse trabalho. Como as orquídeas possuem dispersão de sementes a longa distância pelo vento pode-se supor uma possível derivação e ou hibridação com aquelas espécies. De qualquer forma estas observações necessitam de maiores confirmações.
Quero dizer do prazer de recebê-lo em nossa modesta propriedade, onde o Dr. Pedro Ivo teceu algumas considerações sobre nosso cultivo e sobre o orquidário, deu algumas dicas valiosas, as quais pretendo executá-las. A manhã foi curta para tantos ensinamentos, no entanto o pouco que aprendi foi bem absorvido.

quarta-feira, 18 de março de 2009

E lá vamos nós para mais uma viagem.

Sexta-Feira 13, geralmente as pessoas ficam em casa, principalmente as superticiosas. Mas nós (eu, Juliana e Teresinha) enfrentamos mais de 700 Km de Fortaleza à Natal. De Assu até Lajes, uma chuva torrencial, que nos obrigou a parar o carro, por não conseguirmos ver mais a estrada.





Chegando em Natal fomos para casa da amiga Cecília, que nos aguardavamos com muita ansiedade. Ficar em casa, nem pensar, nos arrumamos para jantarmos em um restaurante e escolhemos o Mangai. Como já era tarde, optei por canja de galinha, mais leve para dormir. As meninas preferiram uma comidinha. A Cecília não teve a mesma sorte, a comida não desceu bem e passou mal. Felizmente o restaurante deu toda assistência, nutricionista, médico e até motorista para nos deixar em casa. Na manhã seguinte fomos para exposição de orquídeas do Círculo Potiguar de Orquidófilos. Lá montamos nosso stand de vendas de Adenium e Flor de Cera (Hoya). A Juliana tomou à frente das vendas, afinal é jovem, bonita e leva jeito. Ela disse que só vende quando estamos longe. Não seja porisso Ju, então eu e Teresinha saimos de perto. rsrsrsrs Fomos ver as orquídeas e reencontrar os inúmeros amigos. Tive o prazer de conhecer a Dilma, ex-Presidente do CPO. Uma pessoa maravilhosa e de um gostoso papo. Revi Esmeralda, Selene, Jerson, João Felizmino, Dr. Benardino e tantos outros. Reencontrei meus amigos de Fortaleza, o Rogério, Kalina, Edmilson e Italo, este convidado a participar do corpo de juízes da exposição.
A caravana de João Pessoa foi a maior, Hugo, Judite, Fátima, Eridan, Toshio, Jarbas, Conceição e tantos outros chegaram para comprar e apreciar a mais bela das flores, a orquídea. De Recife, Lindon, Presidente da ASSOPE e Sr. Antonio, com as respectivas esposas. De Maceió, a Esterpaula também veio prestigiar esta exposição. Fomos ver as orquídeas, fotografar uma a uma. Esta Cattleya labiata estava de chamar à atenção, muito bem armada, plena, de melhor forma. Com certeza tinha lugar no pódium.






Esta Prosthechea cochleata ganhou como melhor espécie estrangeira. Outras categorias também tiveram destaque, como o Coilostylis ciliare de minha amiga Helena Bensadon que tirou primeiro lugar em Espécie Nacional. Já a representante do Rio Grande do Norte ganhou uma Brassavola tuberculata, também muito bonita.






Na foto os três juízes: Hugo Albuquerque (João Pessoa-PB, Lindon Barros (Recife-PE) e Italo Gurgel (Fortaleza-Ce.)

Algumas não chegaram ao pódium, no entanto esbanjaram beleza, como esta Bifrenaria tetragona, muito bem cultivada em seixo rolado. Abro um parêntese aqui para dizer que tenho várias Bifrenarias e que ainda não tive a felicidade de vê-las floridas. Qual seria seu segredo? Hei de descobrir.
O desafio continua.






Sou apaixonada pelo gênero Bulbophyllum e não poderia deixar de registrar este. A espécie não estava identificada e tenho dúvidas qual seja. Muito bonito! Cecília acha que seja o B. maykoianum.



O outro lado das orquídeas, as amizades. Num encontro como este vale pela troca de experiência, as visitas em orquidários, os abraços recebidos, a alegria contagiante em cada pessoa que encontramos.

Aqui no cantinho de trabalho da simpática Helena, que nos recebeu com um cafezinho. Seu orquidário é muito bem organizado, separado por setores. Tem as Vandas, Cattleyas, Catasetum e muitas outras orquídeas. Fotografei a Renanthera coccinea florida. Vejam que linda! A Helena, como todo orquidófilo tem também suas raridades, suas jóias guardadas a sete chaves, como esta Aspasia lunata alba.














Foi mais uma viagem maravilhosa que fizemos. Já estamos torcendo para chegar junho para irmos à Rio Claro-SP, onde encontraremos muitos amigos do Brasil e exterior. Em setembro tem João Pessoa e em outubro Recife. Não custa sonhar, assim alimentamos nosso ego. Vera Coelho

sexta-feira, 6 de março de 2009

De repente o dia virou noite!




Quarta-Feira passada, dia 04 de março, fomos ao nosso sítio ver a floração do Dendrobium crumenatum, que esbanjava beleza e perfume no Terra da Luz. Este Dendrobium floresce após uma queda de temperatura, acompanhado de uma forte chuva com trovoadas, fica repleto de flores brancas e exala um perfume agradável. Suas flores duram apenas um dia. Sorte nossa por encontrá-lo florido. Possui os pseudobulbos dilatados no meio.


Março é o pico da floração da Cattleya labiata, outra orquídea de rara beleza, Rainha do Nordeste.

Esta está fixada no abacateiro, dividindo espaço com o Epidendrum ciliare, que também se encontra em flor. Tenho muitas outras fixadas em árvores, como no jambeiro e cajueiro.

As bromélias também exibiam beleza. Difícil não notá-las. Não sei a qual gênero pertence, confesso que só com a ajuda dos amigos para classificá-las. Ambas vegetam no Ceará.
Saimos dali para o sítio do amigo Fernando Meireles, que nos esperava para uma rápida visita, afinal era hora de expediente e ele, muito educado, nos convidou para ver suas orquídeas floridas.

Não nos arrependemos, muito pelo contrário, vimos não somente as bromélias como muitas orquídeas exbanjando beleza.


De cara vi uma Oeceoclades maculata, carregada de flores e muitas delas já polinizadas pelos insetos. Uma graça esta orquídea terrestre facilmente encontrada nas diversas regiões do país. Esta estava em vaso, mas na natureza vegeta sob árvores e tem como substrato folhas secas, degetos e muita umidade.

Fernando, que cultiva orquídeas, bromélias e muitas outras plantas de maneira bem silvestre, livres de telados, mostrou como elas se encontram na natureza. Transformou seu sítio num santuário, muito bem preservado. As orquídeas estão penduradas em galhos ou fixadas em palmeiras e árvores. Pecorremos sua propriedade vendo minunciosamente seu cultivar, substrato, vasos e condições. Realmente percebe-se a saúde das plantas, quando se imita à natureza. A umidade por lá é excelente, favorecendo um micro clima ideal para o ambiente.









Fiquei encantada com esta árvore logo abaixo, chama-se bordão-de-velho (Samanea saman (Jack.) Merr.) Tem o tronco esponjozo, ideal para se cultivar orquídeas. Fiz questão de sair na foto com Fernando, mais para mostrar esta árvore nativa e de grande importância no meio agrícola porque suas vagens alimentam bovinos e caprinos, além de produzem folhas forrageiras e melhoradoras do solo.

Valeu a visita, os jenipapos que ganhamos e que você diz não gostar. Fruta que contém o mesmo teor de ferro que o feijão, é indicado para anemia, má digestão e nas afecções do fígado e do baço. Dele fazemos sucos, cremes, comemos in natura e licores.
Se não fosse aquela "pisada" sem jeito o passeio teria sido maravilhoso, mas já lavei as sandálias. Da próxima vez prometo ter mais cuidado, olhando onde piso.



Quando estávamos voltando para Fortaleza o dia que estava ensolarado começou a escurecer, o tempo fechou e vimos que ia cair um "toró". Para quem não sabe, na linguagem popular toró quer dizer chuva forte, intensa. A medida que nos aproximávamos mais escuro ia ficando, até que a chuva caiu, embarçou tudo e demos graças a Deus chegarmos em casa. Vera Coelho